Ontem dia 1/12, mais de 25 restaurantes em seis cidades do Brasil vão oferecer pratos especiais e cheios de representatividade além dos seus menus tradicionais – é o Circuito Uncomfortable Food, promovido por Stella Artois dentro do movimento Juntas na Mesa, criado para promover uma gastronomia com mais protagonismo feminino e equidade de gênero. Os pratos – que ficam disponíveis por apenas um mês com preços a partir de R$ 34,80 –  foram criados por chefs mulheres que, a convite da cerveja da Ambev, ressignificaram em experiências gastronômicas os desconfortos e desafios que enfrentam dentro das cozinhas profissionais apenas pelo fato de se identificarem como mulheres nesse mercado. Participam estabelecimentos de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Curitiba, cada um com seu prato autoral e criado 100% por mãos femininas. 

Antes de chegar a esses restaurantes parceiros pelo país, Uncomfortable Food nasceu a partir da união entre chefs de cozinha referências no segmento, que juntas foram as primeiras a oferecerem em seus restaurantes criações que transformam o manifesto por uma gastronomia mais equalitária em pratos inéditos e sofisticados, mostrando sua potência e paixão pela profissão. Entre elas estão a baiana Bela Gil, as cariocas Kátia Barbosa e Andressa Cabral, a paulista Bel Coelho, a piauiense Cafira Foz, a mineira Bruna Martins, a indígena sul-mato-grossense Kalymaracaya Nogueira, a acreana Amanda Vasconcelos, a catarinense Michele Crispim e a baiana Nara Amaral. 

O nome Uncomfortable Food foi criado em oposição à expressão “comfort food”, que é reconhecida na gastronomia para falar de comida aconchegante e de afeto. Esse tipo de comida normalmente é relacionado às mulheres, mas nas cozinhas profissionais, onde estão o lucro e a projeção de carreira, a figura do homem ainda prevalece. 

Confira os restaurantes de São Paulo que participam do Circuito Uncomfortable Food e suas respectivas criações:


 

Chef Camila Borba, do Carrito
Créditos: Divulgação Stella Artois

O restaurante Carrito, da chef Camila Borba, participa com o prato “Taco Verde” – a criação simboliza a porta de entrada da chef na gastronomia, que começou vendendo comida mexicana em um carrinho em praças e eventos. Além disso, também representa a luta pela sustentabilidade e pelos agricultores orgânicos que sempre estiveram com ela. A receita leva tortilla de milho, queijo cremoso de castanha fermentada, creme de pimenta chipotle, molho salsa, Jaca, pico de gallo, cebola em conserva no hibisco, coentro e cebolinha. Endereço: Alameda Tietê, 636 – Jardins.

Chef Giovanna Perroni, da Casa Rios 
Créditos: Divulgação Stella Artois

NaCasa Riosda chef Giovanna Perroni, o público pode experimentar os “Mexilhões em escabeche”, que segundo a criadora “é uma entrada fria que une minhas origens caiçaras com o meu começo na cozinha profissional, pelo garde manger (profissional da gastronomia que prepara os pratos servidos frios ou em temperatura ambiente)”. O prato é composto por mexilhões em escabeche assados na brasa, romesco de urucum e azeite de rúcula, servido com broa de milho assada na hora no forno à lenha. Endereço: R. Itapura, 1327 – Vila Gomes Cardim. 

Chef Luiza Hoffman, do Atto
Créditos: Divulgação Stella Artois

No restauranteAttoda chef Luiza Hoffman, o prato especial criado para a iniciativa é o “Cartola Pega Fogo”, que se manifesta contra os abusos sofridos pelas mulheres nas cozinhas profissionais. A receita leva banana na brasa, doce de leite, queijo meia cura e crocante de parmesão.

Endereço: Rua Pais de Araújo, 138 – Itaim Bibi. 

Chef Mariana Fonseca, do Fotiá
Créditos: Divulgação Stella Artois

No restaurante grego Fotiá, a criação da chef Mariana Fonseca é o “Mostra”. Feito com pão torrado, gorgonzola dolce, tomate, azeite, flor de sal e orégano fresco na brasa, o prato conta a história de que a jornada na cozinha é dura como o pão e exige das mulheres uma força extra para serem aceitas e assim garantirem seu espaço, mas pode ser doce como o queijo e o tomate. Como conta a chef, o prato inspirado em uma receita grega tradicional das Ilhas Cíclades “preza pelo equilíbrio, que também é exigido pela vida na cozinha, principalmente para as mulheres”. Endereço: R. Padre João Manuel, 964 – Cerqueira César. 


Movimento Juntas Na Mesa

Segundo uma pesquisa* realizada por Stella Artois e Ipsos, que pela primeira vez analisou o mercado em profundidade para entender os desafios e as ambições dessas profissionais no setor, as principais dificuldades enfrentadas pelas mulheres brasileiras no mercado da gastronomia são nas áreas de crédito, formação e visibilidade. A partir dessas constatações, Stella criou o movimento Juntas Na Mesa, que está investindo R$ 10 milhões nos três pilares mapeados pelo estudo para promover a equidade de gênero na gastronomia, aumentando o protagonismo das mulheres e fomentando o empreendedorismo feminino. 

O levantamento mostra que cerca de uma em cada três mulheres afirma que empreender no setor custa mais caro em comparação aos homens, por isso Stella se uniu ao BEES Bank, fintech da Ambev que oferece soluções digitais para facilitar a vida financeira e potencializar a gestão de PMEs, para trazer uma oferta de crédito para apoiar até 1.000 mulheres empreendedoras no setor da gastronomia no Brasil. Serão empréstimos de até R$ 60 mil reais por empreendedora, sujeitos à análise individual de crédito, com taxas e condições de parcelamento competitivas. Quase metade das mulheres entrevistadas busca algum tipo de profissionalização, então Stella fechou uma parceria com a ONG Gastromotiva, que trabalha o alimento como uma ferramenta de transformação social, para criar um programa que vai atender até mil mulheres, desenvolvendo habilidades socioemocionais que vão prepará-las para a inclusão no mercado da gastronomia. Online para todo o país, os cursos abrirão as inscrições ainda neste ano e as aulas começarão em 2023.

No campo da visibilidade e reconhecimento, o estudo aponta que um terço das participantes acredita que as mulheres não conseguem crescer na gastronomia porque não são ouvidas pelos chefes homens.  Para dar mais visibilidade às mulheres na gastronomia, Stella vai direcionar toda sua estrutura e os seus investimentos, como espaços de publicidade e conteúdos proprietários, para falar sobre as chefs e sobre o tema. Em todas as oportunidades de comunicação e de divulgação, tudo que seria de Stella agora passa a ser da causa. O projeto está em linha com o compromisso de Stella e Ambev, que trabalham pela equidade de gênero e no combate a questões como machismo, objetificação da mulher no universo cervejeiro, homofobia e racismo. Mais dados sobre o estudo, o movimento Juntas Na Mesa e as iniciativas de crédito, formação e a experiência gastronômica Uncomfortable Food estão aqui.

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