Como autor em um blog de bebidas alcoólicas eu frequento fóruns e grupos das mais diversificadas bebidas. São fóruns de degustação de uísque, grupos de whatsapp de cerveja artesanal, e dentre esse emaranhado etílico busco pautas e troco informações sobre o assunto primordial desse site.
Mas como na vida nem sempre o objetivo é apenas absorver, muitas vezes eu também distribuo um pouco de conteúdo por onde passo. Principalmente se a idéia é compartilhar boas oportunidades e novidades que sejam de bom uso para o resto da turma.
Esses dias resolvi compartilhar sobre a “Sociedade do Drink” em alguns recintos que participo, divulgando a idéia que beber não precisa se limitar apenas a uma bebida e o feedback me deixou intrigado.
Em grupos de destilados e vinhos a aceitação foi interessante, mas em grupos das ditas “cervejas especiais” não. Com essa pulga atrás da orelha, comecei a reparar no comportamento da maioria e assumo, estou sendo bastante generalista nesse post, mas os navegantes desbravadores dos mares das Tripels, Largers, IPA, e etc andam com o rei na barriga.
Enquanto em fóruns enólogos se discute a altitude da uva e o quanto isso influencia na acidez, aroma e na percepção do vinho, o pessoal daquele líquido amarelo, vermelho ou preto entrou em uma corrida para ver quem chega a 1.000 rótulos primeiro e se sagrar campeão na corrida do Untappd. Se o pessoal que discute sobre o uísque e suas notas emadeiradas do barris em que são descansados sua bebida, nos grupos de cerveja encontro dicas de como tirar uma foto legal para o Instagram. E isso não se resume apenas nas composições de foto não, a escolha do copo influencia muito…………….na foto.
E quando você oferece uma nova oportunidade de degustar outros sabores, outros grupos mais centrados são abertos a essas experiências enquanto o da cerveja levantam a bandeira do #cervejateam e se trancam em seus casulos lupulados ou maltados.
Enquanto apreciadores de um uísque 18 anos, ou edições especiais sabem a importância de uma bebida mais jovem para o mercado e para os mixes e blends que carregam a sua bandeira estamos entrando em uma era em que as Weiss já estão sendo consideradas comerciais demais para um “”””verdadeiro”””” (ênfase nas aspas) apreciador de cerveja.
Lamento dizer isso, pois no fundo do meu coração a cerveja sempre terá um lugar especial mas parece que os apreciadores de outras bebidas estão se tornando colecionadores de discos de vinil, que entendem a qualidade e a importância histórica da música, enquanto a turma da cerveja não cansa de vestir sua camisa preta surrada do Nirvana e desmerecer as bandas que são mainstream demais para o seu péssimo gosto “exclusivo”.
E, ai de você se achar uma IPA amarga demais.
—
Esse post foi um desabafo alcoólico. A falta de concordância pode ser explicado pelo alto consumo de cervejas “”””especiais”””” durante a elaboração.