Os brasileiros estão ficando com o paladar mais exigente, deixando de lado a famosa e mais consumida cerveja Standard Lager  – ou como chamamos por aqui, de Pilsen – de lado e buscando novos aromas e sabores nas cervejas artesanais, com ingredientes nobres e especiais que fazer o ato de degustar uma cerveja ser completamente diferente.

Nas prateleiras dos supermercados ou empórios encontramos diversos tipos de cervejas artesanais, e em seus rótulos sempre existem vários termos como amargor, cor, sabor, aroma e etc.,  dos quais são necessários entender para poder comprar o estilo de cerveja certo que mais agrada o seu paladar, mesmo eu achando necessário um novo degustador experimentar todos os estilos, porque vale muito a pena.

Dry hopped

Significa que a cerveja recebeu uma adição de lúpulos na etapa final do processo de produção, o que aumenta o aroma do ingrediente na bebida sem deixá-la mais amarga.

Dry HopedUm exemplo de cerveja Dry-Hopped, é a Founders Dry Hopped Pale Ale que contém lúpulo Cascade na garrafa, esta cerveja especial de corpo meio pálido tem um aroma de lúpulo floral e um distinto sabor cítrico refrescante! É possível notar uma doçura maltada com um acabamento hop equilibrado. Perfeito para desfrutar a qualquer hora, em qualquer lugar.

IBU

Sigla para ‘International Bitterness Units’; sempre que presente no rótulo indica a escala de amargor da cerveja, quanto maior o IBUmais amarga ou lupulada é a cerveja, já que o lupulo é o ingrediente principal pleo amargor da cerveja. Mas não é apenas no percentual de álccol (ABV) que se “mede” a força de uma cerveja. Há diversas outras unidades técnicas quantitativas que traçam um raio-x da cerveja que você esta bebendo, entre elas o índice de amargor. “As cervejas comerciais comuns têm em torno de 6 IBUs, enquanto alguns estilos que têm como característica principal o amargor possuem cerca de 70 IBUs”, diz a sommelier Roberta Fiorini. A IBU de uma cerveja é determinada por um cálculo específico feito no momento da sua fabricação, e as cervejarias quase nunca informam esse índice em seus rótulos.

Puro Malte

São cervejas produzidas com 100% de malte de cevada, sem adjuntos cervejeiros como arroz, milho e outros cereais não maltados Esses exemplares geralmente apresentam aroma e sabor característicos do malte mais pronunciados.  

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Um exemplo de cerveja puro male é a Paulistania, idealizada pela Bier & Wein Importadora – pioneira em cervejas especiais no Brasil. Seu nome foi criado com a intenção de homenagear a cidade de São Paulo! Elaborada com matérias primas nobres, é uma cerveja aromática, encorpada, com balanceado amargor e ricas notas de malte.

Cerveja Forte

A expressão não quer dizer que a cerveja será mais difícil de beber que outras. O termo tem relação com a quantidade de açúcar presente na bebida antes da fermentação, o que interfere no corpo, na quantidade de álcool ou no dulçor do produto final. Conceitos vagos como “forte” e “fraca” não exprimem a qualidade de uma cerveja. Ao contrário, servem para, em alguns casos, desestimular o novo degustador declaradamente inimigo de brejas menos ou mais alcoólicas ou de colorações diferentes daquela a que está habitualmente acostumado.

Quando for apresentar uma cerveja artesanal a um amigo que só toma pilsen, nunca diga que ela é “mais forte” ou “mais amarga” isso vai assusta-lo, utilize os termos mais corretos como “mais maltada” ou “mais lupulada”

Ale

O termo Ale (leia-se “êiou”), é a grande família dos estilos de cervejas, chamada de alta fermentação (termo em inglês, top fermenting), assim chamada porque, nas antigas cervejarias, as leveduras atuavam na superfície dos tanques abertos de fermentação (hoje em dia, as cervejarias usam tanques fechados, as leveduras acabam atuando em todo o seu nível, e não somente no seu topo).

O que a diferencia das Lager é o tipo de fermentação, que é feita em temperaturas mais altas, geralmente entre 15 e 24ºC. Por causa dessa particularidade as cervejas da família Ale são, em geral, mais aromáticas que as lager, abriga desde estilos refrescantes como as cervejas de trigo (weissbier), passando pelas lupuladas como as pale ale e india pale ale, as encorpadas e escuras como brown ale, porter e stout, as alcoolicas barley win e indo as robustas e complexas belgian darkstrong ale

As cervejas da família Ale, possuem um processo antigo de fabricação, o que fez com que as cervejas do tipo Ale fossem as únicas disponíveis até meados do século XIX, quando foi inventada a baixa fermentação (Lager).

Lager

O termo Lager (leia-se “LÁGUER”) faz referencia a família das cervejas de baixa fermentação (termo em inglês, bottom fermenting, ou “fermentação de fundo”) ou fermentação a frio (de 6° a 12° Celsius) com uma graduação alcoólica geralmente de 4% a 5%, fruto da mutação da levedura ale Saccharomyces cervisiae, as leveduras lager só “comem” vorazmente os açucares do mosto cervejeiro se submetidas as temperaturas mais mais. A cerveja lager, é o estilo de cerveja mais consumida no mundo, responsáveis por 99% das vendas no Brasil. (Veja a ilustração)

As cervejas Lager variam em cor e quantidade de álcool, entre os seus tipos mais conhecidos, encontramos as cervejas Pilsen, originalmente criada no século 19 na cidade de Pilsen, região da Boêmia da República Tcheca.  Podemos encontrar outros estilos como Bock, Dunkel, Schwarzbier, entre muitos outros.

OBS: É na família Lager que encontramos o estilo pilsen, de forma que toda pilsen é, sim, uma lager e não necessariamente ao contrario.

Podemos ver na ilustração o que diferencia as cervejas Ale e Lager, a sua fermentação

Podemos ver na ilustração o que diferencia as cervejas Ale e Lager, a sua fermentação

Lambic

Normalmente classificada como uma terceira categoria da família das cervejas,  em separado das Lager e Ale, por causa do seu tipo de fermentação, que é espontânea, o mosto cervejeiro fica exposto ao ar livre em tanques ou barris abertos por até três anos, sujeito à ação das leveduras selvagens e bactérias presentes na atmosfera do vale do Sena, onde esta Bruxelas e a região de Payttenland, na Bélgica – motivo pelo qual as lambic são raras e caras.

Trata-se de um tipo muito peculiar de cerveja, dotada de uma gama extremamente numerosa de aromas, os quais vão do frutado (como framboesa, cereja ou banana) ao extremamente cítrico (como vinho branco ou vinagre).

É o tipo mais antigo de cerveja feito no mundo, fato que, por si só, exige que você as experimente. Seus sub-tipos são: Lambic-Fruit, Straight/Unblended, Gueuze e Faro.

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Um exemplo (já degustado e adorado por mim) é a Lindemans Kriek Cuvée René, uma Lambic-Fruit, com a característica mais marcante e intensa, a sua acidez, é uma das melhores e mais tradicionais cervejas deste estilo. Ela é  seca, de acidez intensa, com sabor e aromas que remetem à cereja, madeira e até vinagre, esta cerveja possui grande potencial de guarda, podendo ser armazenada por anos para consumo posterior.

Refermentada na garrafa

Depois de fermentar e maturar nos tanques da cervejaria, essas cervejas recebem adição de mais fermento, açúcar, ou ambos, antes de serem envasadas. “Assim, passam, literalmente, por mais uma fermentação dentro da garrafa”, explica Zannata. O resultado, além do gás carbônico, é uma maior complexidade no produto final ou um toque mais seco.

Imperial ou Double

Essas cervejas são exemplares mais intensos em aroma, sabor e álcool do que as similares do mesmo estilo. “A Imperial India Pale Ale é mais amarga do que a India Pale Ale”, exemplifica Fiorini.

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Um exemplo é a Bodebrown Perigosa Imperial IPA, uma cerveja no estilo norte americano “Imperial IPA” ou “Double IPA” para satisfazer as necessidades dos aficionados por lúpulo, por produtos cada vez mais intensos. Aromas cítricos dos lúpulos lembrando Maracujá e Goiaba. Amargor Elevado. Coloração cobre.

Trapista

Não são consideradas um estilo único de cerveja, pois algumas são Dubbel, Tripel ou Quadrupel. Todavia, dado o fato de algumas cervejas trapistas serem consideradas as melhores do mundo por inúmeros especialistas, merecem ser “separadas” das outras.

O termo “trapista” refere-se aos rótulos produzidos dentro das paredes de monastérios da ordem religiosa cisterciense. São cervejas produzidas sob a supervisão de monges da Ordem Trapista. As cervejas são fabricadas em pequenas quantidades no interior dos mosteiros muitas vezes são difíceis de ser encontradas no mercado, já que os monges não as comercializam com o propósito do lucro, mas apenas para manter o funcionamento da própria abadia e alguns serviços de caridade.

Algumas cervejas trapistas possuem tempo de guarda de mais de 10 anos.

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Um ótimo exemplo de cerveja trapista, temos a Belga Chimay White Tripel, suave, ricamente maltada, com sabores de pimenta, canela e gengibre. Possui aroma de baunilha, pêssego, lúpulo e é levemente cítrica.

Com uma coloração dourada típica, uma aparência ligeiramente turva e um colarinho delicado, sendo especialmente caracterizada por seu aroma, resultado da combinação agradável de lúpulo fresco e fermento. Seu sabor, quando sentido na boca, vem do cheiro do lúpulo: apresenta notas frutadas de moscatel e passas. Seu aroma complementa muito bem seu gosto ligeiramente amargo. A Chimay Triple não é pasteurizada, sendo refermentada novamente na garrafa.

Sazonais

São cervejas produzidas especialmente em uma época do ano e que não estão disponíveis no mercado continuamente. “Alguns exemplos são as cervejas de Natal, cervejas de abóbora no Halloween, Doppelbocks no período de inverno e Harvest Ales no período da colheita do lúpulo”, explica Zannata.

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Um exemplo de cerveja sazonal, é a Eisenbahn Weihnachts Ale, é uma cerveja de Natal, do estilo American Amber Ale, com teor alcoólico de 6,3% e receita especial.

Fontes: Brejas, Clubeer, World Of Beers

Créditos: Comidas e Bebidas Uol

Algumas informações foram retiradas do livro, Cervejas Brejas & Birras, do querido amigo Mauricio Beltramelli, autor do Brejas.

 

 

 

 


 

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