A dúvida que impera em um dos mercados brasileiros de maior consumo, cerveja: com milho ou sem milho, eis a questão! Porém ela pode ser um pouco mais complexa, atualmente existem cerca de 150 tipos de cervejas, diferindo-se da matéria-prima até o modo de fabricação. Dentre elas estão as cervejas de milho mais comumente produzidas aqui nas terras tupiniquins.
Só neste ano de acordo com a SBA (Sistema Brasileiro de Agronegócio) a produção de milho deverá totalizar 74,667 milhões de toneladas, número esse levantado e divulgado pela SAFRAS & Mercado.
Mas você deve estar se perguntando qual a ligação disso com a cerveja, simples! Isso torna sua produção com base no milho mais barata para o consumidor. Levando em consideração um mercado onde sua maioria são brasileiros que detém uma renda média de dois salários mínimos e meio isso se torna mais vantajoso, seja para as produtoras como para seus consumidores.
Claro que essas informações não deixam as produtoras brasileiras de cerveja em uma posição confortante. Nenhuma delas aponta em seus rótulos o uso específico de milho, as descrições são claras “Água, malte, cereais não maltados, carboidratos, lúpulo e antioxidante.”.
A vantagem do uso do milho não é somente econômica, mas também cultural. O ingrediente torna o produto mais leve podendo ser consumido em maior quantidade cumprindo assim sua principal função, essa a de qualquer líquido existente no mundo para consumo, a de matar a sede e ajudar na hidratação (apesar de ser diurética).
Porém as fabricantes deviam sim se posicionar melhor e contar ao consumidor que tipo de cereais não maltados são esses e qual a porcentagem de cada ingrediente, assim como fazem os rótulos da maioria dos produtos comercializados atualmente.
Não há vergonha alguma nisso, além de posicionar melhor as cervejas Pilsen (cervejas produzidas com mais de 25% de cereais não maltados) no mercado.
O Brasil também é Premium
As cervejas que não entram na categoria acima são chamadas de Premium, essas contém em sua produção menos de 25% de cereais não maltados. E pra quem acha que o nosso país não as produz está bem enganado, há cervejas produzidas aqui que seguem esse padrão, porém tem um preço diferente das cervejas Pilsen.
Exemplos esses são a Baden Baden (Gold Ale e Red Ale), Cevada Pura, Colorado (Appia, Cauim e Demoiselle) Eisenbahn (Pale Ale e Rauchbier), Heineken, La Brunette, Paulistânia, Schmitt Ale e Therezópolis Gold, entre outras.
Concluindo a verdade é que queria assim como nas épocas babilônicas que houvessem penas severas aplicadas a aqueles que mexessem com a cerveja como não deveriam, porém vivemos em outra realidade, a de que o brasileiro a adora, porém nem todos tem poder aquisitivo o suficiente para consumir as de melhor qualidade com a mesma intensidade que consomem uma Pilsen.
Enquanto isso o mercado lucra em cima da ignorância de um povo mal instruído. Se a cerveja de milho deve continuar? Claro! Mas os consumidores devem ser devidamente comunicados sobre seus precedentes, podendo inclusive escolher com mais propriedade o que decidem consumir.
Artigo inspirado na postagem do Manual do Homem Moderno – “Afinal, qual é a do milho em nossa cerveja?”