Um teste assustou os consumidores de cachaça brasileiro. Avaliadas pela Proteste — Associação de Consumidores,  cinco entre dez marcas de cachaças e aguardentes, foram reprovadas por conter uma substância nociva à saúde acima dos níveis permitidos pela legislação. Foram reprovadas por  conter entre 165µg/l (microgramas por litro) e 755µg/l de carbamato de etila, composto químico que aparece durante a fermentação da cachaça e classificado como possível agente causador de câncer pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), da Organização Mundial da Saúde (OMS) as bebidas 7 Campos de Piracicaba, Pedra 90, Ypióca Prata, Pitú e Salinas. Algumas destas uma das mais tradicionais cachaças do país.

No Brasil e em outros países como Estados Unidos, Canadá, França, República Tcheca e Alemanha o valor aceitável é de até 150µg/l.

De acordo com o nutricionista do Instituto Nacional de Câncer (Inca) Fabio Gomes, o carbamato de etila é tóxico e um dos agentes cancerígenos mais potentes que se tem conhecimento. Apesar de ser apenas um dos fatores responsáveis pelo aparecimento da doença, a substância agride desde a mucosa da boca até o estômago e o fígado.

O Grupo Salinas, através do seu responsável pelo processo de produção, Thiago Medrado, esclareceu que o teor de 165µg/l identificado no teste é referente à safra antiga e que desde 2011 as bebidas da empresa já estão de acordo com a legislação. A Ypióca esclareceu que o teor de carbamato de etila de toda cachaça produzida desde a aquisição da empresa pela Diageo, em agosto do ano passado, está abaixo do índice estabelecido e que o lote da amostra é anterior a esta adequação. A Industrial Boituva de Bebidas, detentora da marca 7 Campos de Piracicaba, informa que um laudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento –  Mapa, emitido no fim de abril do ano passado, revela que o produto atende à legislação vigente.

Já as cachaças Pedra 90 e Pitú se defenderam que a lei brasileira não padronizou oficialmente uma metodologia formal para análise da substância e que poucos laboratórios no Brasil estão credenciados a fazer a análise.

Veja aqui o teste completo realizado pela Proteste — Associação de Consumidores

E agora José?

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