Nem só de vinho e espumantes vive a uva. Esta emblemática fruta dá origem também há uma das mais tradicionais bebidas da América do Sul: o Pisco.
Este ilustre desconhecido da maioria dos brasileiros (não é mais o caso dos leitores do Etílicos =D ) tem sua nacionalidade disputada por peruanos e chilenos. Os peruanos defendem que o termo Pisco é uma denominação de origem peruana (como ocorre com o Champagne para a França e a Cachaça para o Brasil), enquanto os chilenos afirmam que é um termo genérico, tal como vinho, conhaque ou uísque.
Nessa batalha sobre a nomenclatura o Peru sai na frente (no bom sentido) pelo fato de que o termo deriva de dialetos pré-hispânicos para “ave” utilizados no século XVI em um lugarejo chamado “Villa de Pisco”, atualmente no Peru.
Pisco Peruano.
Correndo por fora, o Chile alega fazer a bebida há tanto tempo quanto os rivais… embora, estudos mostrem que só começaram a produzir 300 anos depois, mas é melhor não se meter nessa briga.
Pisco Chileno
Independente de onde nasceu é importante dizer que existem diferenças entre a bebida em sua versão chilena e peruana. Do lado peruano as uvas utilizadas podem ser: Quebranta, Uvina, Mollar, Negra, Albilá, Itália, Moscatel, Torontel. No lado chileno as variedades são: moscatel, Pedro Jiménez e torontol.
E como é feita essa bebida, Lívia? Calma… eu já ia chegar neste ponto. O Pisco é produzido a partir da destilação do vinho feito com uma ou mais das uvas que falei, mas ao contrário de outras bebidas destiladas da fruta, no processo não é utilizada a fermentação da casca e bagaço. É a máxima utilização da fruta! Para cada garrafa são usadas entre 6 e 8 quilos de uva. Não há descanso em tóneis (como o vinho) e ao contrário da grande maioria dos destilados nenhuma gota de água é adicionada ao produto final. O resultado pode se enquadrar em três tipos: monovarietal (apenas uma variedade daquelas uvas todas), acholado (ou mistura selecionada de uvas) e mosto verde (feito com uma ou mais variedades de uvas não-maduras).
Para finalizar com chave de ouro, e manter a analogia com a cachaça, nada melhor que uma bebida à base de Pisco e que seja tão importante quanto nossa conhecida caipirinha. Com vocês, Pisco Sour, o drink clássico peruano!
PISCO SOUR
* 1 dose de suco de limão
* 1 dose de xarope de açúcar
* 3 doses de pisco
* ½ clara de ovo
* Quanto achar necessário de gelo
* 3 a 4 gotas de angostura
Num liquidificador misture tudo. Por fim, finalize com as gotas de angostura. Mais fácil que isso só roubar doce de criança!
Mas ai vocês me perguntam: – Pera aí Lívia… Onde eu acho esse tal de Pisco?!?!”
É fácil também! Redes como Pão de Açucar e Lidador; casas especializadas como Confraria Queijo e Vinho, Casa Santa Luzia, Empória Santa Maria, Emporium São Paulo e restaurantes como o Killa, em São Paulo.
Agora que eu lhe dei todas as dicas… você podia ir lá no Peru e trazer uma garrafa pra Livinha aqui! Aproveita que a festa nacional do Pisco Sour foi na segunda de semana de fevereiro… não faz tanto tempo. Vai que sobrou alguma coisa 😉
Créditos ao meu grande amigo Luis Senko!