Já estava clareando o dia quando a Império da Casa Verde entrou no sambódromo do Anhembi. A mais jovem das escolas trouxe esse ano um enredo reverenciando a bebida que o brasileiro mais ama, a cerveja.
Para cantar o enredo “Samba, sabor, cerveja. Admirada há milênios, a mais nova sensação nacional”, o carnavalesco Marco Aurélio Ruffin abriu o desfile com uma comissão de frente que trouxe figurino caprichado e coreografia ensaiada pelo mestre-sala da escola, Robinson Nascimento.
Viajando pela história da cerveja, a agremiação buscou referência nos deuses do Egito para elaborar as fantasias da sua comissão de frente.
No abre-alas, a Império da Casa Verde continuou com a influência egípcia, exibindo uma estrutura com um tigre e um escorpião. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira representou a deusa Ísis e o deus Osíris, irmãos que, segundo a história, foram os grandes responsáveis pela cultura da cevada- 0s integrantes da bateria surgiram na avenida vestidos como o faraó Ramsés.
Durante a evolução, os cervejeiros alemães ganharam destaque em um carro que mostrou todo o processo de fabricação da bebida. Para completar, uma enorme escultura de um alemão fechava o carro.
Depois, vieram os europeus — alemães e holandeses, na alegoria que representou a chegada da bebida ao Brasil desde Maurício de Nassau. O último carro fechou o desfile da agremiação com a prometida homenagem à madrinha Camisa Verde e Branco.
Na avenida, a escola não decepcionou o público, que ficou até o final. A bateria ousou com suas paradinhas e algumas alas vieram coreografadas. O samba-enredo da escola não esqueceu de mencionar a cervejaria que patrocinou seu carnaval: “Em cada nova esquina, um cervejão”, dizia a letra que embalava os ritmistas.
Entre as beldades, Gracyanne Barbosa comandou a bateria, além de dar um show à parte, claro. A ex-BBB Michelly também desfilou pela escola da zona Norte da capital, mas no comando do primeiro carro alegórico.
Ao todo, a Império da Casa Verde apresentou 24 alas, cinco carros e 3,5 mil integrantes vestidos de azul celeste e branco.
Confira o samba-enredo da Império de Casa Verde:
Dádiva dos deuses
Embriagado de alegria vou contar
Uma lenda diz que pra ser feliz
No Egito foi preciso cultivar
Grande paixão, perpetuando as celebrações
Espalhou-se pelo mundo, ganhando forma e teor
Na mitologia sagrada se tornou
É ripa na chulipa meu amor
De gole em gole uma alucinação
Sabor de magia na imaginação
Na caça às bruxas, balançou mas não caiu
Se modernizou, evoluiu
Atravessou o imenso mar foi Cauim louvou Jaci
O “Seo” Nassau aqui chegou
Até o Dom João bebericou
Propagou, o delirante ouro líquido
Com o alemão a bebedeira foi geral
Pro povão seja loira ou morena
Preferência nacional
No meu Brasil fez história, é quem faz a festa rolar
Na mesa de bar, em qualquer lugar
Garçom desce a cerva eu quero brindar
A ti Madrinha Querida, trevo da inspiração
Em cada nova esquina um cervejão
Vai clarear!!! Vem meu Império
A Caçula do Samba pede a saideira
A mais nova sensação
Faz do meu Tigre Campeão