Muito se discute sobre as bebidas típicas no mundo. O uísque é escocês, a cachaça é nossa e o champagne é francês. Mas em um país de proporções continentais como o nosso não é de se espantar que haja mais de uma bebida típica. Temos o crima caliente do norte e nordeste, até o agradável frio do sul do país. Não é justo que tenhamos apenas uma bebida típica né. Obviamente não trataremos aqui algo genérico como “cachaça” ou apenas “vinho” mas suas vertentes de cada região.

Cachaça de Banana/Morretes (PR) – Na cidade de Morretes, no Paraná não se enxerga o final dos bananais e com essa fartura a não se tem dúvida que a maioria das receitas da região levam essa fruta tropical: bolo de banana, doce de banana, bala de banana, banana frita, assada, cozida… A fruta acabou nos alambiques, originando a famosa cachaça de banana. Sua fabricação segue o processo de fermentação e destilação da cana. No final, a banana triturada fica curtindo no caldo por alguns dias até a bebida estar no ponto.

cachaça banana

Capeta/Porto Seguro (BA) – Em uma visita a Porto Seguro, um habitante local me disse uma frase que carregarei por toda minha vida: Aqui em Porto, o que parece, é. Não se arrisque. Muita gente encontra uma barraca com bebidas doces na orla que parecem fortes (embora muito doce) e realmente são. Quando se dá conta dos índices etílicos é tarde demais. Superviagra, Mônica Lewinsky, Guaraná Axé, a lista é infindável e todo verão surgem novidades baseados em temas atuais. Apesar dessa inovação, o Capeta continua reinando soberano. No início, era uma mistura de guaraná, aguardente, mel e limão. Hoje leva guaraná em pó, leite condensado, groselha, abacaxi, vodca e gelo.

capeta

Vinhos/Serra Gaúcha – A região serrana do Rio Grande do Sul exibe a melhor forma da produção nacional. O Vale dos Vinhedos, entre Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, fabrica vinhos e espumantes de qualidade. Em meio aos parreirais, pequenas cantinas familiares dividem o espaço democraticamente com produtoras de grande porte como a Cooperativa Aurora, a maior do país.

Tiquira e Guaraná Jesus/Maranhão – Azulada ou arroxeada, a tiquira é uma aguardente destilada do beiju da mandioca, é herança dos povos indígenas. A palavra Tyguyra significa farinha de pau em Tupi. Mais cuidado, nem toda água de mandioca é legal de beber.

tiquira

Xiboquinha e Cipó-cravo/Itaúnas (ES) – Já dizia o poeta: Xiboca que é bom. O texto sugestivo do cartaz de propaganda pode brincar com sua imaginação. Mas não imagine muita coisa, pois  Xibocar é apenas o ato de tomar xiboquinha, bebida obrigatória entre os forrozeiros de Itaúnas. A receita simples leva pinga, cravo, canela, limão, gengibre e ervas, criando um sabor adocicado. O reinado da xiboquinha é dividido com o cipó-cravo, cachaça curtida com a madeira do cipó. Usado como estimulante, as folhas da planta nativa do Sudeste exalam aroma semelhante ao cravo da Índia. Uns dizem que é alucinógena.

xiboquinha

Mangueira gelada/Piauí – Uma mania local é a Mangueira gelada. E não é refrigerante e nem suco de manga. É cachaça feita dessa fruta tropical Piauiense que se preza só toma a branquinha estupidamente gelada.

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