Bar, boteco, pocilga, risca faca, cabeça de bode, ou até os mais apelativos como “copo sujo” ou “caga sangue”, não importa como você chama o estabelecimento de higiene duvidosa, mas uma coisa é certa: Bar bom é bar ruim.

Bar bom é bar com mesa de lata, que você não se preocupa em molhar a toalha ou aquele maldito papel que rasga quando molhado. É aquele que o guardanapo funciona como bolacha de chopp.  Bar bom é aquele que tudo sobre a mesa se resolve com um pano úmido.

Bar bom é bar que você chama o garçom pelo nome e, com um tapinha nas costas, ele corresponde. É aquele que além de funcionário do bar (quando o mesmo não é o dono) ele é seu amigo e até seu psicólogo. É o que o garçom debate com você futebol, política, religião, problemas do trabalho e até problemas de relacionamento. Bar bom é aquele que algumas vezes o garçom coloca o copo dele na sua mesa e até fila a sua cerveja.

Bar bom é o que a comida é boa, simples e deliciosa. Aquele que o único talher que você precisa é o palito de dente. Bar bom é o que meia porção é maior que o cardápio inteiro daquele barzinho badalado do centro. É aquele que o único nome do cardápio que você tem receio de falar é o pescoço de peru pelas piadas óbvias. Bar bom é aquele que tem ovo rosa sobre o balcão.

Bar bom é aquele que falta de tudo, menos bebida. Aquele que tem uma coleção de cachaça na prateleira, mas a “boa” o proprietário esconde debaixo do balcão. É aquele que a cerveja quando sai do freezer fica cinza igual à canela de pedreiro ao terminar de bater uma laje. Bar bom é aquele que na falta do garçom você tem a liberdade de ir ao freezer buscar a cerveja.

Bar bom é aquele que você não vai só para comer, nem só para beber e para socializar. Bar bom é aquele que, com o auxílio de uma boa bebida, te ajuda a deglutir a rotina.

Bar bom é aquele que você se sente sócio, que você se sente em casa.

Bar bom é bar ruim!

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