Muito se comenta sobre a proibição do absinto no Brasil. Mas pouco se sabe de fato se o absinto é realmente proibido em nosso país. Para descobrirmos isso, vamos voltar 12 anos no tempo, em idos dos anos 2000.
Em 7 de novembro de 2000, o jornal O Estado de São Paulo noticiou que o Absinto estava proibido no país novamente, com a suspensão da importação e comercialização pelo Ministério da Agricultura. O motivo da suspensão foi uma reportagem de denúncia no programa dominical Fantástico da Rede Globo de televisão, sobre o comércio desenfreado da bebida e resultados do consumo irresponsável. Mas em 16 de novembro do mesmo ano a Dra Tânia Dias, do Ministério da Agricultura da época, alegava que a venda “não foi proibida”, apenas houve uma suspeita de irregularidade por isso os fiscais recolheram amostras para serem analisadas. Depois dessa análise, no dia 28 de dezembro o absinto foi liberado para ser vendido no Brasil.
Com seu ingrediente principal a base da planta Artemísia absinthium e com teor alcoólico beirando os 80%, o absinto está proibido há na maior parte do mundo, sendo liberado apenas na República Tcheca, Bulgária, Portugal, Espanha, Japão e Brasil. Na Inglaterra ele pode ser comercializado, mas não fabricado.
Mas porque não encontramos para comprar os famosos Absintos aqui no Brasil?
Ai já é outra história. Mesmo com a fabricação e comercialização do absinto liberado no país, ele tem que ser enquadrado dentro da lei Brasileira de bebidas, que restringe o teor alcóolico máximo de uma bebida em 54%. Outro fator limitante é a quantidade de thujone no absinto. O thujone é o princípio ativo da Artemísia absinthium, que dá o “barato” da bebida, e também pode ser encontrado na sálvia e no estragão. No século 19, o absinto era produzido com cerca de 350mg de thujone para cada quilo da bebida, hoje no Brasil, são permitidos apenas 10mg.
Uma das poucas marcas que são autorizadas a fabricar e vender o seu produto no Brasil é a Absinto Camargo, da Uniland Export.