A produção de microcervejarias de diversos Estados brasileiros do Rio Grande do Sul ao Pará chega pela primeira vez a bares, restaurantes e lojas de bebidas de São Paulo. Com criatividade no processo artesanal, fórmulas nacionais usam guaraná, raspas de laranja e até bacuri. o.O

Nas adegas, rótulos domésticos já são um terço do estoque que, com mais de cem opções. Apesar de as referencias para fazer cerveja no país serem européias, esse estilo original encontra eco no mercado americano: tanto lá quanto cá, varias cervejas de qualidade nasceram como hobby.  Para mestres cervejeiros, a produção artesanal pode perder uma característica valiosa, a regionalidade, conceito dado para o que é feito por poucos e para poucos, oferecido localmente. Além disso, a qualidade do produto pode ser comprometida pela dificuldade de manter as características de origem.

O desafio de garantir a qualidade e as características de origem, nos últimos meses, para os que costumam passear por empórios ou conferir novidades em cardápios de bares e restaurantes em São Paulo, tem sido fácil perceber a crescente oferta de diferentes cervejas em estilo e procedência.

Esse cenário de abundância de construiu nos últimos anos com base em uma profunda transformação econômica do país. Os sinais de demanda de cervejas especiais têm crescido graças ao aumento da capacidade de compra da população e às mudanças de comportamento de consumo.

Uma legião de consumidores, exigentes em potencia, desenvolvem maturidade gastronômica e produzem, assim, o crescimento desse nicho de mercado, antes considerado inexpressivo.

Estamos em plena revolução da demanda: crescente, desafiadora e irreversível. É nesse compasso que as cervejas artesanais brasileiras vêm a surgir, investir e, até mesmo, se reinventar.

São cervejas produzidas pelos quarto cantos do país, muitas destas produções atualmente estão ao alcance das mãos na capital paulista.

Pelo lado dos consumidores, ter esse acesso é ótimo, pois muitos não teriam facilidade de viajar as cidades de origem. Pelo lado dos produtores, essa exposição é cada vez mais importante, já que os inserem no maior parque gastronômico do país.

Entretanto, no que parece ser um cenário perfeito, essas cervejas artesanais podem vir a perder um argumento valioso: a regionalidade.

O conceito artesanal é dado para o que é feito por poucos e para poucos, oferecido localmente. Além disso, a qualidade do produto também é posta em cheque: quanto mais distancias a percorrer, mais desafios surgem para garantir as características sensoriais de origem.

Num trabalho árduo de sobrevivência, as cervejas artesanais têm oferecido produtos de excepcional apelo gastronômico e ajudado a reposicionar a imagem da bebida.

O movimento “beba menos e melhor” é uma tendência de comportamento entre brasileiros e seus efeitos são claramente benéficos – a saúde melhora e as experiências gastronômicas são prazerosas e inspiradoras, quem diz isso é a Mestre cervejeira e sommelier de cervejas Cilene Saorin

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