Sabe quando não podemos nos deliciar com uma cerveja convencional devido a medicação, ou até mesmo porque estamos dirigindo? Para isso existem as cervejas sem álcool. É bem comum também que qualquer apreciador da bebida questionar se as marcas não possuem mesmo nem um pouco de álcool como elas dizem em seus rótulos. Justamente para avaliar isso,  a revista PRO TESTE fez um teste com as quatro cervejas sem álcool em lata mais presentes no mercado.

Menos de 0,5% de álcool
Inicialmente, foi analisado os rótulos. Apesar de se denominarem “sem álcool”, as cervejas – apoiadas na legislação – podem ter, na verdade, até 0,5% de álcool. No mundo, a quantidade permitida varia, mas a PRO TESTE concorda com esse limite, o mesmo utilizado em países famosos por sua cerveja, como Alemanha e Bélgica.
Ainda que possua uma quantidade mínima de álcool, se houver qualquer menção no rótulo que remeta a um produto com álcool, ele deve, por lei, exibir as mesmas advertências contra o consumo excessivo de bebidas alcoólicas que as cervejas tradicionais contêm.
A Nova Schin era a única que não apresentava essa advertência, e ainda não indicava as condições de conservação. Por outro lado, só ela fornecia as informações nutricionais. Todas foram unânimes em  uma falha: não informam a data de fabricação, um item não obrigatório por lei, mas importante para o consumidor. No final, a Liber  Brahma foi a única marca que pôde ser considerada “aceitável” (C), por ter a melhor denominação do produto e a descrição precisa da graduação alcoólica.

Zero afirmado e comprovado
Em seguida, focaram o tão importante teor alcoólico. Todas as marcas indicavam um conteúdo inferior a 0,5%, o que se comprovou em nossos exames. Chamou a atenção a Liber (A), que afirmava ter 0,0% de álcool na rotulagem e confirmou o fato na análise laboratorial.  As outras três marcas contêm efetivamente uma quantidade mínima de álcool, mas essa concentração não afeta o uso de medicamentos, por exemplo.
Ainda fizeram outros três exames químicos: riqueza dos ingredientes (lúpulo, levedura e malte), quantidade de sódio (indicador da qualidade da água utilizada) e de ar na lata (se for alta, pode levar a uma oxidação da cerveja, alterando suas características). Não encontramos problemas e todas as marcas foram muito bem (A).

Processo de fabricação é diferente

A cerveja sem álcool surge das mesmas matérias-primas da cerveja tradicional, diferindo, porém, no processo de fabricação utilizado.
Isso pode ser feito pela manipulação da fermentação ou, depois desta fase, separando o álcool do produto.

Menos calorias, mais açúcares
A cerveja sem álcool tem quase metade das calorias da tradicional. Mas há um detalhe importante, especialmente se pensarmos nos
diabéticos: a bebida possui mais açúcares. Um litro de cerveja sem álcool tem cerca de 240 quilocalorias e 61 gramas de carboidratos,
enquanto um litro da normal contém em média 400kcal e 31g. Essa aparente contradição se explica porque um grama de açúcar tem 4kcal, enquanto um mililitro de álcool possui 7kcal

Sem álcool é mais caro
Para completar, fomos ao mercado pesquisar preços. As cervejas sem álcool só são comercializadas em lata ou long neck. Todas as marcas estavam presentes nas cidades pesquisadas, mas a Kronenbier é a mais freqüente, ao contrário da Bavaria. Analisando os preços, uma diferença significativa pode ser encontrada entre o maior e menor de uma mesma marca.
A Bavaria, por exemplo, apresentou R$ 0,84 de diferença, o que dá quase para comprar outra latinha de um dos preços mais baixos. Comparamos também os valores das mesmas marcas nas versões com e sem álcool. Os produtos sem álcool são sempre mais caros. Eles custam, em média, R$ 1,36, ou seja, são 39% mais caros que a versão com álcool (R$ 0,98).

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